terça-feira, 14 de junho de 2016

As politiquices da emigração

Relativamente aos políticos (os antigos e actuais):

     1.  um diz:
"Sabemos que há muitos professores em Portugal que não têm nesta altura ocupação e o próprio sector privado não consegue ter oferta para todos. Nos próximos anos haverá muita gente em Portugal que (...)querendo-se manter, sobretudo como professores, podem olhar para todo o mercado de língua portuguesa e encontrar aí uma alternativa"

      2.  outro diz:
É também uma oportunidade de trabalho para muitos professores de português que, por via das alterações demográficas, hoje não têm trabalho em Portugal e que podem encontrar aqui (em França)"


Para mim ambos referem o mesmo - a situação no país ao nível da economia e sem qualquer dúvida no ensino está complicada e, como todos precisamos de dinheiro e ele não cresce das árvores, há que procurar outras hipóteses como o caso de (1) países da língua portuguesa ou (2) países com quem Portugal tenha afinidades.

Para o povo o que querem dizer é com estas frases é: 
(1) está a expulsar jovens do país, dizendo-lhe para emigrar.
(2) aponta caminhos alternativos, como a emigração.

Ora bem, se para ambos o assunto é terem trabalhadores portugueses lá fora (quer seja em países cuja língua é a portuguesa, ou quer seja num país como a França) é considerado emigrar. Se ambos mencionam oportunidades lá fora é porque acham que cá dentro o sector não está propriamente bem ou porque sabem que a oferta de emprego nesta área excede em demasia a procura. Eu não vejo mal nenhum nestes casos. Aliás, prefiro que me digam "vai porque isto está mal" do que me iludam com um "fica que nós resolvemos". Porque a verdade é uma se a idade da reforma aumenta (como tem aumentado em muitos países) e se o número de licenciados na área também aumenta, enquanto há escolas a fecharem por falta de crianças devido à desertificação, então obviamente que o número de professores será demasiado grande. E a solução dos políticos será qual? Abrir escolas que muitas vezes apenas serviriam para 10 ou 15 crianças (ou talvez menos)? Matar os professores "a mais?"
Eu entendo a injustiça de crianças fazerem km e km para terem um dia de aulas mas sejamos racionais. Os custos de manter um estabelecimento aberto para um numero reduzido de crianças é avassalador. Uma luz gasta tanto ao estar acesa para 1 pessoa como para 30. Mas se 30 pagam 0.10€ então aquela pessoa sozinha terá de pagar os 3€ sozinha...
Pois minha gente, falar é fácil mas quando se está em contenção de gastos a vida complica e as decisões são mais difíceis porque não se dá a uns sem tirar a outros.
Digam lá? Acham que estou assim tão errada?

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