segunda-feira, 14 de setembro de 2020

Dias preferidos

 Há coisas que para mim fazem sentido que não são comuns a toda a gente. Isso acontece com todos. Temos assuntos globais em que todos devíamos concordar, como acabar com a fome no mundo, dizer não há discriminação, etc. E depois temos assuntos em que é normal discordar, como a cor ou a comida preferida ou os dias preferidos no ano. 

Bom, eu tenho 3 regras no que toca a dias preferidos no ano, porque celebram as 3 "coisas" que eu mais valorizo:

- o Natal, porque para mim significa família. Venho de uma família beeeeem pequenina (pais, irmão, avós e avôs, tios, tias e primos = éramos 13!) e os meus pais têm um café, o que significa que não haviam festas, férias, fins de semana ou feriados porque o café tinha de abrir. Portanto o Natal era a única altura do ano em que tudo parava e nos reuníamos. ❤

- o aniversários da família e amigos, porque nada melhor que celebrar a existência de quem amamos, de quem nos faz dar o nosso melhor sorriso e que tem aquele abraço-casa. 

- o meus aniversário! Porque se é para celebrar a existência de quem amamos, eu estou incluída nessa lista! Com todos os dias de mau feitio ao acordar, todos os defeitos, todos os quilos ou rugas a mais e com tudo aquilo de que me orgulho, de que faço bem. É a relação mais séria que tenho, aquela que não posso acabar mesmo que queira, portanto mais vale celebrar a sério. Hoje foi dia de festa. Amanha é a primeira página dos novos 365 dias de amor, luta, desespero, fé e tudo o que possa vir. 

AOS 27 !!!! 🥂

segunda-feira, 7 de setembro de 2020

Apenas um reminder assustador




Já visitei muitas fábricas com condições muito boas: boas cantinas, boa comida, bom ambiente, uma até tinha uma sala de descanço para os funcionários que imitava um bar de forma a poderem passar mais tempo juntos no fim da hora de trabalho. Um patrão realizava 3 passeios com tudo pago para as funcionárias, trazia bolo nos dias de aniversário de cada uma delas e fazia uma festa de natal para elas e toda a família.
Mas também já vi coisas más (não no sentido de trabalho forçado, infantil ou assim, na Europa felizmente são casos mais raros). Visitei uma fábrica em que com 2 casacos e inúmeras camadas de roupa não conseguia sentir os pés ou as mãos de tão gelado que era porque o teto era uma lástima. Já visitei fábricas tão grandes que não faziam ideia de que os trabalhadores estavam descontentes com os encarregados porque faltava essa capacidade de relacionar e os trabalhadores achavam que de nada valia apresentar reclamações. Vi pessoas a almoçar no armazém de tintas, com aquele cheiro fortissimo, porque era o único sitio onde tinham uma mesa ou a passar os intervalos sentados à frente de uma máquina de costura (o seu local de trabalho) porque não tinham outro sitio para poderem comer sentados. 

Sabem o que me assustou mais? Essas pessoas achavam que estava tudo bem. Porque o patrão pagava o salário mínimo certinho, "porque sempre tivemos estas condições", porque já com o pai do patrão era assim que funcionava. Porque nunca conheceram outra realidade, quer vivida por eles, por familiares, amigos ou conhecidos. E isso é que assusta! Porque a desinformação, a falta de conhecimento, o crescente abandono escolar ou o facto de as condições escolares não serem satisfatórias levam a que as pessoas não sejam elucidadas de como as coisas funcionam e acreditem que é o que "merecem", que não dá para mais, que é assim em todo o lado.