domingo, 19 de junho de 2016

Que venha o diabo e escolha que da minha parte está difícil


Na tomada de decisões deve pesar tudo, os prós e contras de cada opção. Mas como podemos nós atribuir os pesos correctos a cada pró e cada contra quando se tratam de deci~soes difíceis e consideradas como life changing? Porque como digo muitas vezes nas auditorias que faço "uma nota 2 por não fazer uma formação nunca poderá pesar tanto como uma nota 2 devido a trabalho infantil ou discriminação".
Podemos nós pôr o amor e a situação financeira no mesmo patamar?
Eu sei que a resposta parece óbvia mas como já aprendi "cada caso é um caso" e "nunca digas nunca".

terça-feira, 14 de junho de 2016

As politiquices da emigração

Relativamente aos políticos (os antigos e actuais):

     1.  um diz:
"Sabemos que há muitos professores em Portugal que não têm nesta altura ocupação e o próprio sector privado não consegue ter oferta para todos. Nos próximos anos haverá muita gente em Portugal que (...)querendo-se manter, sobretudo como professores, podem olhar para todo o mercado de língua portuguesa e encontrar aí uma alternativa"

      2.  outro diz:
É também uma oportunidade de trabalho para muitos professores de português que, por via das alterações demográficas, hoje não têm trabalho em Portugal e que podem encontrar aqui (em França)"


Para mim ambos referem o mesmo - a situação no país ao nível da economia e sem qualquer dúvida no ensino está complicada e, como todos precisamos de dinheiro e ele não cresce das árvores, há que procurar outras hipóteses como o caso de (1) países da língua portuguesa ou (2) países com quem Portugal tenha afinidades.

Para o povo o que querem dizer é com estas frases é: 
(1) está a expulsar jovens do país, dizendo-lhe para emigrar.
(2) aponta caminhos alternativos, como a emigração.

Ora bem, se para ambos o assunto é terem trabalhadores portugueses lá fora (quer seja em países cuja língua é a portuguesa, ou quer seja num país como a França) é considerado emigrar. Se ambos mencionam oportunidades lá fora é porque acham que cá dentro o sector não está propriamente bem ou porque sabem que a oferta de emprego nesta área excede em demasia a procura. Eu não vejo mal nenhum nestes casos. Aliás, prefiro que me digam "vai porque isto está mal" do que me iludam com um "fica que nós resolvemos". Porque a verdade é uma se a idade da reforma aumenta (como tem aumentado em muitos países) e se o número de licenciados na área também aumenta, enquanto há escolas a fecharem por falta de crianças devido à desertificação, então obviamente que o número de professores será demasiado grande. E a solução dos políticos será qual? Abrir escolas que muitas vezes apenas serviriam para 10 ou 15 crianças (ou talvez menos)? Matar os professores "a mais?"
Eu entendo a injustiça de crianças fazerem km e km para terem um dia de aulas mas sejamos racionais. Os custos de manter um estabelecimento aberto para um numero reduzido de crianças é avassalador. Uma luz gasta tanto ao estar acesa para 1 pessoa como para 30. Mas se 30 pagam 0.10€ então aquela pessoa sozinha terá de pagar os 3€ sozinha...
Pois minha gente, falar é fácil mas quando se está em contenção de gastos a vida complica e as decisões são mais difíceis porque não se dá a uns sem tirar a outros.
Digam lá? Acham que estou assim tão errada?

sábado, 4 de junho de 2016

Eu e os problemas

Dizem que devemos falar dos nossos problemas para que a solução seja mais visível, para não carregarmos o peso sozinhos, para não enchermos o saco até ele rebentar de vez e não haver costura possível.
Eu nunca fui de falar dos meus problemas. Primeiro porque achava que eu não tinha essa importância. Porquê falar de mim, de uma pessoa sem qualquer interesse? Se eu não era interessante, então os meus problemas nem iam ser ouvidos, as pessoas não iriam perder o seu tempo.
Com o tempo, e de tantas vezes que me deram na cabeça, comecei a falar dos meus (alguns) problemas. E querem saber? Deu m*rda! 
As pessoas, mesmo aquelas que nos ouvem, não podem viver a nossa vida, não sabem o quanto certos problemas nos derrubam. As palavras nem sempre ajudam e muitas vezes em vez de falarmos um problema enorme e ele se tornar pequeno arranjamos um problema enorme e um raspanete/sermão que dura até que o problema esteja resolvido. 
Fartei-me. Não vale a pena falar, nunca valeu.
Eu posso ter a dor num pé que o vizinho vai ter a dor no corpo todo. Não quero dizer que eu não tenha problemas reais ou que o vizinho exagere nos seus problemas. Mas cada um sabe o que cada problema lhe custa. E apesar de saber que há coisas que devemos verbalizar, coisas que nos matam o coração, que nos levam à loucura, ao desespero, que nos fazem ter pensamentos maus.
Mas acho que a maioria dos meus problemas vai ficar comigo, não há palavra amiga que ajude e fartei-me das festinhas nas costas. Vou viver os problemas, preocupar-me, passar noites sem dormir até encontrar a solução ou até ela vir até mim. 
Se é profissional, fica comigo. Já dizia a minha bisavó. 
Na vida temos sempre dois sacos, o pessoal e o profissional. Em casa o profissional só abre quando necessário e no trabalho o pessoal nunca deve abrir. Temos dois sacos: um para o que é nosso e assim deve ficar (porque há sempre quem cobice) e o que é possível partilhar. O segredo é saber quando abrir cada saco. 
E como dizia o padrinho da minha avó o segredo é mostrar tudo, excepto aquilo que nos faz feliz.