segunda-feira, 17 de outubro de 2016

Há certos aspetos na minha vida que nem Deus entende

Sou Economista. Estou a tentar ser futuramente Mestre em Finanças. 
Atualmente sou Auditora (social) e gostava de um dia enveredar nas Auditorias Financeiras.
No entanto o que verdadeiramente me apaixona é a pastelaria. As experiências e a parte criativa. A parte da decoração em que um alimento se transforma noutro "por magia", por criatividade e perícia obviamente. 
Sempre gostei desde pequena, os doces sempre foram a minha praia. Não posso dizer que sou pasteleira, nem nada do género, porque sei que há conhecimentos da área que não possuo porque não estudei nada desse género. Mas o bichinho está cá e dou por mim a ver videos e a ler sobre o assunto quando acho que taxas de juro, leis, contabilidade é tudo uma seca e nem me perguntei sobre pessoas importantes no mundo das Finanças, no entanto se me perguntarem alguns chefs de cozinha ou alguns pratos sou capaz de responder.

Neste momento perguntam: se gostavas assim tanto disso porque não seguiste essa formação? 
Na altura nem sequer pensei no assunto. Não sabia o que queria (e neste momento não é muito diferente), o que gostava é de algo do género do negócio dos meus pais (o bichinho da restauração cresceu em mim e comigo) mas todos me diziam (mesmo que indirectamente) que não era boa opção.

Continuo a dizer que escolher o que vou estudar depois do secundário, para me debruçar sobre isso o resto da vida, é uma tarefa demasiado complicada para alguém que na altura nem 18 anos tinha...

Tudo isto para dizer o quê? Nem eu sei o quero fazer e parece que Deus já está baralhado com tanta volta e reviravolta...


quinta-feira, 6 de outubro de 2016

Cão: familiar ou apenas um animal?

Eu sei que muitos não gostam que digam que cães são parte da família, ou que se diga que os cães são os nossos filhos.
Mas vamos lá ver: Imaginem por exemplo eu e a minha dálmata nascida em 2006.
Eu vi-a nascer. Eduquei-a com ajuda do resto da minha família. Cuidei dela quando estava doente, dei-lhe mimo quando ficava com medo dos foguetes, da trovoa ou do pesadelo que a acordou a chorar. Eu dei-lhe banho (com ajuda do meu irmão porque ela nunca achou piada à ideia). Dou-lhe de comer todos os dias e levo-a a fazer xixi. No inverno cubro-a com um cobertor velho porque um dia de chuva, quando fui a beira dela ela estava gelada, a tremer e a chorar. Desde esse dia, no inverno toda a família antes de se deitar verifica que ela está coberta.
Em compensação ela esteve lá quando eu quis desistir do secundário, ela esteve lá quando haviam discussões em casa. Ela esteve lá quando os meus avós faleceram e eu só precisava de chorar e de sentir que alguém me acompanhava em silêncio. Ela esteve lá com todas as brincadeiras nossas, com todos os bons momentos que pude e quis partilhar com ela.
Estamos juntas há quase dez anos e querem-me fazer acreditar que um ser humano que conhecemos e com quem mantemos uma relação, independentemente de não sermos do mesmo sangue, chamamos de amigo - a dita família que nós escolhemos - e um cão que divide 10 anos da sua vida contigo, que passa todos os momentos ao teu lado não o pode ser? Então e os laços criados? Não é amor? Não é amizade?
Mas entendam, nós cuidamos de um cão, das suas necessidades básicas, da sua segurança, saúde e conforto. Nós amamos os cães e preocupamo-nos quando eles não estão bem, quando fogem e não sabemos para onde. Não são filhos mas aquilo que nós fazemos por eles é o que um pai faz a um filho enquanto criança. Educa, ensina, ajuda, cuida. E quando eles forem velhinhos aí passam a ser os nossos pais. Porque sempre nos amaram incondicionalmente como qualquer pai faz, sempre estiveram lá nos bons e maus momentos. E agora, velhinhos,  precisam de ajuda para subir as escadas, para ouvir, para comer. Como vêm um cão não é um filho, mas é família.

Hoje e sempre ♥