domingo, 26 de agosto de 2012

Madrinha ♥

Quando Deus criou o mundo fez com que cada criança tivesse direito a uma mãe e um pai. Para que estes nunca abandonassem o novo membro da família, deu-lhes 9 meses para se habituarem à ideia de que iriam receber um novo símbolo da união que sentiam. Assim, mesmo antes de a mãe e o pai verem a cara do bebé, o seu sorriso e a cor dos seus olhos, Deus fez com que os pais já o amassem.
Foi assim com o Gonçalo e os seus pais amavam-se imensamente. Foram criados para ser a alma gémea um do outro e todos o sabiam, Maria só tinha olhos para Simão e Simão só queria Maria do seu lado. Quando viram pela primeira vez Gonçalo ficaram tão felizes que sabiam que a partir desse dia nunca mais se sentiriam sós pois tinham alguém que os ligava e que mostrava o quanto apaixonados estavam.
Mas nem tudo foi uma história de amor... Zélia, uma deusa vingativa, desapontada por Deus ser o criador do mundo e de coisas tão belas, mas por especialmente por ser o criador do Amor, criou a Maldade e lançou-a na Terra.
Foram dias terríveis: pestes, inundações, traições de amigos que nunca pensaram que fossem possíveis... Mas Maria, Simão e Gonçalo superaram tudo e permaneceram juntos. Mas depois de dias calmos na Terra, a Maldade volta! Agora mais forte, pois Zélia, desapontada com o falhanço da sua primeira criação, criou a Inveja. 
Juntas, enfraqueceram os laços de afinidade e criaram a revolta entre amigos e famílias. Muitos se renderam à Maldade mas a querida família permaneceu junta, mostrando que o Amor combatia tudo e todos e era sempre superior. Mas o que não esperavam é que depois de tantas provas de fogo superadas, uma simples viagem pudesse acabar com toda a felicidade. Um camião guiado pelo Caos atravessou-se no caminho e Simão não se pode desviar. Nesse dia Gonçalo perdera os seus pais e ficara a encargo de Sara, uma grande amiga de Maria e Simão. A única pessoa em quem confiavam para cuidar de Gonçalo, a única que saberia o que fazer se algo lhes acontecesse e quando a Sara soube do sucedido, prometeu a Deus e aos pais de Gonçalo, que com Ele estavam e também a ouviam, que criaria Gonçalo como seu filho. E assim foi. Gonçalo cresceu e a primeira palavra que disse foi "Inha" pois todos em casa a chamavam de Sarinha e com o passar do tempo Gonçalo foi chamando a Sara de mãe.
A partir desse dia, para prevenir os estragos dos actos maléficos da Maldade, Inveja e Caos, Deus decidiu que ao nascer, os pais da criança iriam decidir quem iria cuidar dela se algo lhes acontecesse. E para homenagear Sara que cuidara de Gonçalo, decidiu que a 2ª mãe dessa criança seria a sua Madr(Inha)

terça-feira, 7 de agosto de 2012

Carta para a mamã

"Olá mamã. Estou em casa da vovó e escrevo-te para te contar da minha companheira, a Zuka. Estou no conforto do sofá e ela está ao meu lado, uma cadelinha muito meiga que me segue para qualquer lado e espera ansiosamente pelo meu regresso a casa. Quando chego a casa, cansada do dia na escolinha, e não me apetece brincar nem andar a passear por ai, vejo o brilho no olhar e a sua alegria por me ver. Logo, logo o meu cansaço desaparece e volta a vontade de pegar numa bola e na trela e de lhe proporcionar um dos momentos mais felizes da sua vida. Os seus olhos brilham mamã, e como é lindo o seu olhar. Sei que se deve à minha presença e não há nada melhor do que sabermos que há alguém do qual a felicidade depende de nós. A melhor realização que podemos ter é a de sabermos que podemos fazer algum ser indefeso feliz, só pelo simples facto de lhe dedicarmos um pouco de atenção e carinho. E eu sei que ela vai lá estar sempre para mim, quer eu lhe dedique quinze minutos ou uma tarde inteira. Vai ficar eufórica quando me vir entrar pela porta da frente à espera que eu lhe faça miminhos. Vai-me defender quando alguém me fizer mal e eu nunca vou estar sozinha, nem vou ter mais medo porque ela vai estar lá a fazer o meu quarto menos escuro e mais seguro. Seguiremos sempre juntas para todo o lado como melhores amigas e eu irei sempre protegê-la e retribuir todo o amor que ela me dá."
Sabes mamã, escrevi isto quando era pequenina, mas eu já cresci… Ela já não está cá. A avó diz que está num sítio muito bonito, onde só brinca e tem muitas festinhas. Mas mamã, queria ser eu a fazer-lhe festinhas, eu queria muito… Já não vejo o brilho dos olhos dela nem a cauda a abanar e voltei a ter medo do meu quarto porque ela não está lá a proteger-me. Agora quando chego da escola, e não tenho vontade de brincar nem de passear, não tenho ninguém que me faça querer fazer isso outra vez. Então vou dormir mamã. E quando durmo, ela está lá outra vez, e brincamos juntas durante muito tempo. O brilho nos olhos continua a ser o mesmo e a felicidade por me ver continua a ser contagiante. Mas quando acordo, volto a chorar, e choro porque gostei tanto de a ver que não queria acordar, queria ficar para sempre com ela, a cuidar dela e a dar-lhe miminhos.
Agora tenho de ir mamã. A avó quer-me levar a um sítio. Diz que vou buscar outra companheira. Mas nenhuma vai ser igual á minha Zuka! A avó diz que vou gostar sempre dela mas que isso não me impede de gostar muita da minha nova amiga. E ela é muito bonita mamã. E também gosta muito de mim… os olhos dela também brilham quando me vê e também gosta de brincar. Quando estou com ela, o meu coraçãozinho não fica tão triste por não ter a Zuka, e a avó diz que aos poucos vou gostar tanto da Niki como da Zuka. Adeus mamã. Amanhã volto a escrever-te. Adoro-te muito, e tenho muitas saudades tuas. Fazes-me um favor? Cuida bem da Zuka por mim e faz-lhe muitas festinhas, principalmente no pescoço. Ela adora!
Chau mamã! Beijinhos para as duas! Adoro-vos muito!