Eu sei que muitos não gostam que digam que cães são parte da família, ou que se diga que os cães são os nossos filhos.
Mas vamos lá ver: Imaginem por exemplo eu e a minha dálmata nascida em 2006.
Eu vi-a nascer. Eduquei-a com ajuda do resto da minha família. Cuidei dela quando estava doente, dei-lhe mimo quando ficava com medo dos foguetes, da trovoa ou do pesadelo que a acordou a chorar. Eu dei-lhe banho (com ajuda do meu irmão porque ela nunca achou piada à ideia). Dou-lhe de comer todos os dias e levo-a a fazer xixi. No inverno cubro-a com um cobertor velho porque um dia de chuva, quando fui a beira dela ela estava gelada, a tremer e a chorar. Desde esse dia, no inverno toda a família antes de se deitar verifica que ela está coberta.
Em compensação ela esteve lá quando eu quis desistir do secundário, ela esteve lá quando haviam discussões em casa. Ela esteve lá quando os meus avós faleceram e eu só precisava de chorar e de sentir que alguém me acompanhava em silêncio. Ela esteve lá com todas as brincadeiras nossas, com todos os bons momentos que pude e quis partilhar com ela.
Estamos juntas há quase dez anos e querem-me fazer acreditar que um ser humano que conhecemos e com quem mantemos uma relação, independentemente de não sermos do mesmo sangue, chamamos de amigo - a dita família que nós escolhemos - e um cão que divide 10 anos da sua vida contigo, que passa todos os momentos ao teu lado não o pode ser? Então e os laços criados? Não é amor? Não é amizade?
Mas entendam, nós cuidamos de um cão, das suas necessidades básicas, da sua segurança, saúde e conforto. Nós amamos os cães e preocupamo-nos quando eles não estão bem, quando fogem e não sabemos para onde. Não são filhos mas aquilo que nós fazemos por eles é o que um pai faz a um filho enquanto criança. Educa, ensina, ajuda, cuida. E quando eles forem velhinhos aí passam a ser os nossos pais. Porque sempre nos amaram incondicionalmente como qualquer pai faz, sempre estiveram lá nos bons e maus momentos. E agora, velhinhos, precisam de ajuda para subir as escadas, para ouvir, para comer. Como vêm um cão não é um filho, mas é família.
Hoje e sempre ♥
tens toda a razão :) eu acho que há um limite na medida em que não faz sentido tratarmos como se fosse nosso filho, ou seja, comerem o mesmo que nós comemos ao jantar, pôr aqueles pompons todos que se vê algumas tias a fazerem, etc. mas em termos de amor pelos animais, quanto menor for o limite, melhor :)
ResponderEliminarr: owww, obrigada <3 amanhã vai sair um post sobre isto mas, lá bem no fundo, eu acho que o verdadeiro problema é ainda não estar preparada e então fico a pôr macaquinhos na minha cabeça :/